Setor de joalheria pode dobrar seu crescimento até 2030, apontam especialistas
Por Julianna Coelho
O mercado global de joias está prestes a brilhar ainda mais nos próximos anos. De acordo com relatórios da consultoria McKinsey & Company, o setor de joalheria pode dobrar seu tamanho até 2030, impulsionado por inovações tecnológicas, novos hábitos de consumo e a força crescente de marcas digitais.
Estimado em cerca de US$ 350 bilhões atualmente, o segmento pode alcançar a impressionante marca de US$ 600 a US$ 650 bilhões em valor global nos próximos seis anos. A expectativa é que o crescimento médio anual gire em torno de 8%, superando o ritmo de expansão da moda e de outros mercados de luxo.
Fatores que impulsionam o crescimento
1. Ascensão dos consumidores jovens
Gerações como a millennial (nascidos entre 1981 e 1996) e a Geração Z (nascidos a partir de 1997) estão transformando o perfil do consumidor de joias. Esses grupos priorizam propósito, originalidade e valores sustentáveis na hora da compra — o que tem levado marcas tradicionais a reformular estratégias e apostar em narrativas mais autênticas.
2. Digitalização e e-commerce
A venda online de joias, que antes enfrentava resistência por parte dos consumidores, hoje é um dos motores de crescimento do setor. Plataformas de realidade aumentada, atendimento personalizado via inteligência artificial e experiências de compra imersivas têm atraído novos públicos. Marcas como Pandora, Tiffany & Co. e Cartier já colhem os frutos dessa transformação digital.
3. Demanda crescente na Ásia e em mercados emergentes
A China, a Índia e o Oriente Médio continuam sendo os grandes motores de crescimento da demanda. O aumento da classe média e o poder de compra em ascensão têm estimulado o consumo não só de ouro e diamantes, mas também de joias com design contemporâneo e produção artesanal.
Sustentabilidade em destaque
Outro fator que deverá influenciar o crescimento do setor até 2030 é a busca por práticas mais sustentáveis. A rastreabilidade de pedras preciosas, a mineração ética e o uso de materiais reciclados estão se tornando critérios de escolha para um público cada vez mais consciente. A joalheria circular — conceito que prioriza reaproveitamento e durabilidade — é uma das apostas para o futuro.
Oportunidade para o Brasil
No Brasil, o setor de joias e semijoias movimenta mais de R$ 10 bilhões por ano, segundo o IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos). Marcas nacionais como Vivara, HStern e Antonio Bernardo têm ampliado sua presença digital e conquistado mercados internacionais, enquanto pequenas marcas independentes vêm ganhando espaço com propostas autorais e sustentáveis.
“O Brasil tem um diferencial único, que é a variedade de gemas naturais e o talento do design nacional. Com inovação e estratégia, podemos ser protagonistas desse novo momento global da joalheria”, afirma Camila Reis, consultora especializada no setor de luxo e moda.
Um mercado que se reinventa
Seja no alto luxo ou no segmento acessível, a joalheria está passando por um processo de renovação profunda. A combinação entre tradição, tecnologia e propósito promete transformar o setor e atrair uma nova geração de consumidores — dispostos a investir não apenas em brilho, mas em significado.