A Epidemia dos “Funcionais”: Por que quem faz tudo certo está colapsando e como a cannabis pode ser a virada de chave
Coluna: Cannabis: cuidado e equilíbrio Por: Dra. Amanda Medeiros- Médica especialista em Medicina Endocanabinoide
Recentemente, um levantamento inédito da plataforma Blis Data, que detém o maior banco de dados sobre cannabis medicinal da América Latina, confirmou estatisticamente o que vejo na prática clínica.
Ao analisar 30 mil brasileiros, os dados revelaram um cenário assustador de “adoecimento silencioso”.
Estamos falando de uma multidão de 15 mil pessoas que se declaram em estado de estresse crônico.
O dado que mais me choca não é o volume, mas o perfil: 90% trabalham, 70% são casados e 71% praticam exercícios.
Ainda assim, 66% já acordam estressados e 40% já viveram crises de pânico.
O Cérebro em Chamas
O que esses números nos dizem é que a nossa reserva de resiliência acabou.
Vemos uma geração produtiva, no auge dos 40 anos, que está biologicamente inflamada.
Quando 51% relatam falhas de memória e 43% sentem tristeza diária, não estamos falando apenas de “cansaço”.
Estamos falando de neuroinflamação.
O estresse crônico inunda o cérebro de cortisol.
Com o tempo, esse excesso “queima” nossos neurônios (literalmente afetando o hipocampo, a sede da memória) e trava nosso sistema de alerta no modo “ligado”.
O resultado é um indivíduo que produz, bate metas, mas não sente prazer, não dorme bem e vive à beira de um ataque de nervos.

Por que o remédio tradicional falha?
O levantamento da Blis trouxe outro dado crucial: 55% dessas pessoas já usam medicamentos alopáticos, mas continuam buscando ajuda.
Por quê?
Porque, muitas vezes, o ansiolítico ou o antidepressivo tradicional atua “amortecendo” o sintoma ou forçando uma via química, mas não restaura o equilíbrio natural do corpo (a homeostase).
É aqui que a cannabis medicinal deixa de ser uma alternativa e se torna uma ferramenta de primeira linha.
Diferente de um “calmante” que seda, os fitocanabinoides (como o CBD) atuam no Sistema Endocanabinoide, uma rede de receptores que temos no corpo inteiro, feita para regular o equilíbrio.
Ao modular esse sistema, a cannabis ajuda a baixar a régua do cortisol e a proteger os neurônios da inflamação.
O paciente não fica “chapado” ou lento; ele volta a ter clareza.
Ele volta a dormir um sono reparador, a ter memória e, principalmente, a reagir ao estresse do dia a dia sem entrar em colapso.
Resgatando a Vida, Não Apenas a Produtividade
O “adoecimento silencioso” é perigoso porque ele é funcional.
A pessoa continua trabalhando até o dia em que o corpo para, seja por um burnout, um infarto ou uma depressão profunda.
Os dados estão na mesa: 30 mil brasileiros nos mostraram que a estratégia atual não está funcionando.
Como médica, vejo na terapia canabinoide uma oportunidade real de devolver não apenas a produtividade a esses pacientes, mas a capacidade de viver com qualidade, presença e saúde mental real.
Dra. Amanda Medeiros é médica graduada pela Universidade Iguaçu (RJ), com pós-graduações em pediatria, nutrologia pediátrica e psiquiatria da infância e adolescência.
Possui certificação internacional em medicina endocanabinoide pela GreenFlower (Califórnia) e avançada em endocanabinologia pelo Instituto Plenos.
Com mais de dois mil pacientes ativos, atua como mentora de médicos e é referência no tratamento integrativo.
Dra. Amanda Medeiros
Médica especialista em Medicina Endocanabinoide


